quarta-feira, 23 de setembro de 2009

A Letónia (português europeu) ou Letônia (português brasileiro) é uma das três Repúblicas Bálticas. Limita a norte com a Estónia, a leste com a Rússia, a sudeste com a Bielorrússia, a sul com a Lituânia e a oeste com o Mar Báltico. Banhada pelas águas geladas do mar Báltico, tem litoral pantanoso, com dunas de areia e importantes portos pesqueiros. Riga, a capital, é a maior capital das repúblicas bálticas. No bairro histórico de Riga misturam-se edificações medievais e prédios art nouveau, declaradas patrimônio da humanidade. As florestas cobrem quase metade do território, o que favorece o turismo ecológico, em especial na cidade de Sigulda, rodeada de cavernas, bosques e corredeiras.

Ex-república da União Soviética, a Letônia conquista a independência em 1990. Como herança do domínio soviético, os russos constituem mais de 25% da população. O país fica fora da Comunidade dos Estados Independentes (CEI). Em 2004, a Letônia ingressou na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e na União Europeia (UE).


O território hoje conhecido como Letônia tem sido habitado desde 8000 a.C. Na primeira metade de 3000 a.C., as primitivas tribos bálticas chegaram ao território. Elas foram os ancestrais do povo letão. Estes mantém estreita ligação com o Império Romano, por meio do comércio de âmbar, atividade interrompida com a invasão dos eslavos no século VII.

Na Era Cristã, o território hoje conhecido como Letônia tornou-se principalmente um entroncamento comercial. A famosa "rota dos Vikings para a Grécia" mencionada em antigas crônicas partia da Escandinávia atravessando o território letão ao longo do rio Daugava até a antiga Rússia e o Império Bizantino. Suecos, alemães e russos também ocupam a região entre o século IX e o XII.

Conhecida também como Livônia, a partir do século XIII a atual Letônia esteve sob domínio dos Cavaleiros Teutônicos. O cristianismo é imposto pelos alemães às tribos locais. O domínio alemão sobre o território prolonga-se por três séculos, até a extinção da Ordem dos Teutônicos. No século XVI tornou-se parte do Reino da Polônia e Lituânia. Nesta época, o luteranismo espalhou-se pelo país. Nos séculos XVIII e XIX, a Rússia ganhou controle sobre a Letônia e regiões vizinhas. Com a abolição da servidão, em 1817, os letões passam a reivindicar a propriedade da terra, privilégio dos aristocratas alemães, o que alimenta o nacionalismo letão. Com a devastação da Rússia pela Primeira Guerra Mundial e as dificuldades enfrentadas pelo novo regime soviético, o Conselho Nacional declarou a independência em 18 de Novembro de 1918, formando assim a República Independente da Letônia.

Letónia, 1920-1940

Em 1934 o país tornou-se um estado autoritário, após um golpe de estado dirigido por Karlis Ulmanis. O parlamento (Saiema) foi suspenso. A 17 de Junho de 1940 a União Soviética invade e anexa o país de acordo com o pacto germano-soviético (também conhecido como Pacto Ribbentrop-Molotov) de 1939, feito pelo acordo entre os chanceleres Molotov (URSS) e Ribbentrop (Alemanha), com a invasão a Letônia passou a se chamar República Socialista Soviética da Letônia (RSS da Letônia)

HISTORIA

Exceto por um curto período de ocupação alemã durante a Segunda Guerra Mundial, a Letônia permaneceu como um território ocupado pela união soviética. A integração ao comunismo soviético é obtida à custa de repressão, e a resistência anti-soviética só é derrotada em 1952. Milhares de camponeses, removidos de sua terra, são presos, deportados ou executados. Os soviéticos promovem maciça imigração de russos para o país, até que as reformas da glasnost estimularam o movimento de independência letão. O país tornou-se novamente independente a 21 de Agosto de 1991. Desde então tem reforçado seus laços com o Ocidente e, em 1 de Maio de 2004 tornou-se membro da União Europeia e também da OTAN.

GEOGRAFIA

Letónia situa-se na margem oriental do Mar Báltico sobre o nível da parte noroeste da plataforma do Leste Europeu, entre a Estónia e a Lituânia. Cerca de 98% do país está acima dos 200 metros de altitude. O clima húmido assemelha-se ao da Nova Inglaterra. Com excepção da planície costeira, a Letónia era glacial, dividindo-a em três grandes regiões. A Letónia detém mais de 12.000 rios, dos quais apenas 17 têm mais de 90 quilómetros, e mais de 3000 pequenos lagos, a maioria dos quais estão eutrofizadas. Os principais rios incluem o Daugava, o Lielupe, o Gauja, o Venta e o Salaca. Mais de metade da área florestal é composta por pinheiros, que cobrem cerca de 41% do país. Excepto a turfa, a dolomita e o calcário, os recursos naturais são escassos. A Letónia tem 531 quilómetros de litoral arenoso, e os portos de Liepaja e Ventspils fornecem água quente e abrigam importantes áreas da costa báltica.

O Mar Báltico banha a costa da Letónia, que abunda nas praias arenosas e chama o golfo de Riga. No interior, quase toda a superfície é ocupada por grandes planícies, apenas interrompido por baixas colinas que exceder 300 metros. Os mais de 2.300 glaciar lagos, dos quais o maior é o Lago Lubāns, [1] e as turfeiras e pantanosos áreas são os mais importantes elementos da paisagem. O principal é o rio Daugava (Western Dvina tão bem conhecido), nascido na Rússia.

A Letónia tem verões frescos e invernos frios com freqüentes nevadas. A temperatura máxima recorde na Letónia é 36,4 º C graus e as mínimas de -43,1 º C graus.

WWF inclui o território da Letónia no ecoregiões temperado madeira florestal conhecida como floresta mista sarmático.

PIB: US$26 530 milhões (em 2004)

PIB - taxa de crescimento: 10,2% (em 2005)

PIB - per capita: US$ 11,5 (em 2004)

PIB - composição por setor:
agricultura: 4,4%
indústria: 24,8%
serviços: 70,8% (em 2004)

Taxa de inflação: 7,0% (em 2005)

Força de trabalho: 1,17 milhões (em 2004)

Força de trabalho - por ocupação:
agricultura e silvicultura 15%
indústria 25%
serviços 60% (em 2000)

Taxa de desemprego: 7,5% (em 2005)


Demografia

Evolução demográfica da Letônia

A Letônia tinha uma população de 2.306.306 habitantes em Julho de 2004.

A população de origem letã representa 60% dos habitantes do país. Outros grupos são russos (27%), bielorrussos, ucranianos, lituanos e polacos. Com o objetivo de evitar tensões entre as diferentes nacionalidades, em 1998 os letões votaram a favor de facilitar a obtenção da nacionalidade, mas mesmo assim muitos russos na Letónia ainda não sabem falar Letão.

Cultura

Crystal Clear app xmag.pngVer artigo principal: Cultura da Letónia

País do Leste europeu, a Letónia é mais conhecida, no campo cultural, pelos intérpretes e compositores de música erudita, como é o caso de Gidon Kremer e vários cantores de ópera, para além dos seus coros, premiados internacionalmente. As Latvju Dainas, canções populares, compiladas por Krišjānis Barons e Smits já no século XX, são também motivo de orgulho nacional.

A produção poética é extensa.

A epopeia "O Matador de Ursos" (Lacplesis) de Andrejs Pumpurs é um símbolo nacional.

A cultura letã está muito marcada pela relação com a natureza. Marca disso mesmo é o facto de um dos seus eventos mais conhecidos, o Festival Jani, ser a celebração da noite mais longa do ano (tal como o Natal, está relacionado com o solstício de Inverno e o início de um novo ciclo de vida). O respeito pelo ambiente é visível no carinho com que as cegonhas são tratadas num país.

[editar] Idioma

O idioma oficial da República da Letônia é o letão. A língua letã, assim como o lituano e a extinta língua prussiana antiga são línguas bálticas, da família das línguas indo-européias. O russo é a língua minoritária mais expandida por grandes seções da população.

[editar] Religião

A catedral de Riga vista de uma de suas ruas estreitas.

A população do país é em sua maioria cristã. O maior grupo é de luteranos (556 mil pessoas, segundo dados de 2003), seguido pelos católicos (430.405 pessoas) e pelos membros da Igreja Ortodoxa (350 mil pessoas). Uma outra religião do país é a Dievturiba, que tem raízes históricas baseadas na mitologia da era pré-cristã.

Há também judeus na Letônia, principalmente vindos da União Soviética, uma vez que durante a Segunda Guerra Mundial a comunidade judaica (segundo o último censo oficial em 1935 havia 93 479 judeus no país, aproximadamente 5% da população total) foi aniquilada nas perseguições anti-semitas relacionadas ao nazismo.

[editar] Literatura

Os mais antigos testemunhos são do século IX. Como em outros países da região, existe uma rica tradição de contos, refrões, lendas e lírica religiosa e popular conservadas graças a tradição oral. No século XVI com a Reforma Luterana e o uso da língua vulgar surgiram os primeiros livros impressos. Georg Manzel e Christopher Fürecker são os expoentes da literatura so século XVII. O filólogo Gotthart Friedrich no século XVIII publicou uma gramática letã e um dicionário letão-alemão. Já no século XIX criou-se a Sociedade de Literatura de Riga e apareceu o primeiro jornal Letão em 1822. Desse período destacam-se os nacionalistas românticos como Juris Alunans (1841-1902), Andrejs Pumpurs e Mikelis Ansekilis (1850-1979). A tendência realista inclui, entre outros, os autores Juris Neikens (1826-1868), R. Blaumanis (1863-1908), Anna Brigadere (1861-1933) e Janis Poruks (1871-1911).